segunda-feira, 3 de dezembro de 2018

SEM FUGA!

Olhem bem
esses sinuosos e escuros versos
que escrevo por aqui,

e saibam
que nem sempre fui assim,

e que também
tive ilusões perdidas,
desejos e fantasias promíscuas
e um enorme amor, louco, suicida
e líquido;

que nos amamos
com nossos nus espelhos da alma
e com nossos eu inflados, sob sob pressão
e reação adversos de nossos
sencientes egos;

que enfrentamos
paraísos escuros e abismos clareados,
tentando manter viva a maré e a chama
de nosso último amor
perpétuo;

e que, por fim,
tornei-me um núfrago solitário
neste mundo cheio de cores e de imagens

que me levam a nada!

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