quinta-feira, 30 de novembro de 2017

A VIDA



... a vida
é pesada, é dura, é por demasia
falsamente clareada com nossas refletidas
imagens;

a vida é uma abnomalia,
do Cosmo uma singularidade
e a ele é trágica;

a vida
é isso, a insustentável leveza
de estar na condição de pensar, de falar,
de sonhar e de agir

sempre
imaginando amplitudes
e caindo, ao fim, em profundos e vazios
precipícios;

em suma,
a vida é um estranho barco,
onde tudo parece possível,

mas só quem
também possa aguentar a dor
saber que,

como nós,
seus pais estiveram
e seus filhos estarão nele,
também só de passagem!


O TEMPO É UMA ILUSÃO



... no universo,
o tempo é indissociável,
___ do espaço,

e inventamos
um tempo que se mede pelo
movimento da terra e de sua estrela
___ central

e até à gravidade
entendemos como Newotoniana o que
está definitivamente errado
de acordo com o tecido
___ cósmico;



mas como
é que não param para pensar,
com seus pequenos problemas
___ diários,

com seus sonhos
e amores incendiários
e com suas esperanças vagas
que se o tempo não exixte
___ só,

estamos
ainda de alguma forma ligados
a passados cruéis e sanguinários como
___ ao futuro desolado.

e que somos
concomitante e desapercebidamente
nossos ancestrais, nossos descendentes
e tudo que se finca
___ em nós,

e que isso
prova o quanto nossa condição
é vasta e, aomesmo tempo,
___ miserável?

A DISTÂNCIA QUE NUNCA VENCEMOS


MANIFESTO DOS CÃES NIILISTAS



Já dissecamos o ser,
já decretamos a inutilidade final
de vossas vãs esperanças,

já comemos
vossas luzes, vossas sombras
e vossas carnes;

já dissemos que,
como vós, vestimo-nos abnômalos
mascarados,

mas não
somos, diante da virgem natureza
absolutamente
nada!

HEMORRAGIA CONTÍNUA


SALADAS



... todo dia como saladas,
seja no trabalho, no clube,
andando numa praça ou olhando
a luz nua,

eu como saladas
vendo os olhos, os cabelos,
os seios e a xana vestidas, as pernas
e imaginando as beldades
nuas,

eu como saladas
toda vez que tenho de ouvir
algum canário desafinado ou algum
discurso de anjo purista,

eu como saladas,
como se o mundo fosse um self-service,
e eu nele fosse tanto o freguês
como parte do cardápio,

do qual também
sou comido com palavras, poemas,
corpos, masturbações e tudo o mais
que nasça à imaginação de quem
se serve neste restaurante
chamado mundo!

SE QUEREIS FALAR DE AMOR, SEDES INTEIROS!


PLATÔNICOS


JÁ NÃO CHOVO MAIS, APENAS AMO!


SOB O ESCURO MANtO DA NOITE


RISCO CONSTANTE


O DASEIN E O MUNDO


IMPERFEIÇÃO


A FELICIDADE


OS COMPÊNDIOS DOS ANJOS



... os maiores
compêndios e batalhas piscológicas,
sobretudo o relacionamento amoroso
entre duas pessoas,

Se dá pelo
aue eles pensam ou elucubram
e não por fatos
reais;

por exemplo,
p fao de imaginar que o
outro trai

ou julgá-lo
e com ele discutir por que
não se lembrou de seu
aniversário;

em contraparte
o ser julgado, deixa a calmaria
e vira tempestade,

de igual modo
subjetivando coisas,
chovendo palavras em desordem
e não concordando com o débil ataque
sobre o aniversário,

por entender
que sabia, sim, e que foi uma simples
questão de esquecimento.

Agora,
imaginem essas subjetivações
espalhadas ao desejo, à possessividade,
e às demais emoções
sencientes,

e teremos,
com certeza, um profundo
abismo criado, quase sempre não
pelo ser amado,

mas sim
por nós mesmos!

TÃO ESPLENDOROSA QUE SEDUZIU ATÉ A MORTE!



... ela realmente
era pura, sim, mas tinha uma queda
por anjos, por menestréis
com suas orgias,

saía de tarde,
passava as noites fora
e só regressava no outro
dia;

ela era pura,
sim, apesar de, longinquamente,
eu ouvir os gemidos que
ela dava,

com seu manto branco,
nos volúveis leitos e sobre os  excitados
paus; e ela chega dizendo: “Eu sou pura,
pura, puríssima”,

sem nunca aprender
que, quando eu estourava,
sempre metaforicamente morríamos,
tendo, depois,  

que lutarmos muito
para alguma possível e ilusória
ressurreição, até que,
de tão bela,

a morte concreta,
a morte fria, por ela também
se apaixonou

e, depois
que se encontraram nunca mais

a vi desde então!

VEM COMIGO!


QUERO-TE!


SE VIERES ESTA NOITE


NÃO HÁ TEMPO PARA MAIS NADA



... não há mais tempo,
não há mais tempo par dúvidas,
não há mais tempo par desentendimentos,

não há mais tempo para nada,
não há mais tempo para ciúmes,
inseguranças,
não há mais tempo de espera para
que tudo se resolva num esperanoso
amanhã,

não, não há mais tempo,
não há mais tempo para nada
que não seja amar

absurdamente,
loucamente,
desesperadamente,

pois  chegamos á estação
em que os trens levaram os últimos cadáveres,
e, mortos ali, no ponto final,
os urubus se agrumam

vestidos
de penas e de veludos negros
para devorarem nossos olhos, nossas carnes

e nossos cus!

O AMOR FERE


INCONTESTE ABNOMALIA


TEMP(L)OS


NOSSA ÚNICA IMPOSSIBILIDADE É NÃO SERMOS


ERROS, QUEDAS E PECADOS


quarta-feira, 29 de novembro de 2017

POETICAMENTE CIENTÍFICO


PARA SER COMPLETO


SENHORAS E SENHORES!



... segundo Jean Paul,
o mundo é um equilíbrio constante
entre escolhas e consequências;

ora, pois,
se pensam que o mundo é cruel demais,
é injusto demais, que bilhões passam fome
e necessidades básicas,

que outros bilhões,
se têm acesso, é a péssimas educações,
saúdes e desportividades,

que enuanto isso um presidente,
um senador, um deputado, um meritísssimo
limpam seus cus com papeis de ouro
e comem putinhas, que serão sustentatas
com pensão pelo dinheiro público,

e mais,
e mais,
e mais, e tanto mais que eu poderia
encher um livro de merdas menestréis
vestidas de gravadas e maquiqgens e rímeis
de putinhas consideradas de alta socidade,
quer não passam de prostitutas
institucionalizadas.

Então, meu amigo,
eu tenho que te dizer que eu concordo
com Jean Paul que, se escolhemos e pagamos
as consequências,

temos de evitar,
mesmo que nos custe a vida, tais canastradas
e, mesmo que nos custe a liberdade,
da um grito de basta!

AMO-TE


PERDIDOS, MAS NÃO PARA SEMPRE!


SAUDADE


NÃO ME PEÇAS MAIS NADA


TUA VISÃO PARTE DO TEU EU


É AMOR OU É PAIXÃO?



... o amor é inexplicável
e a paixão é o bem querer mais
perseguido pelas proibidas casadas
quando olham para fora
das janelas de suas
casas;

o amor é fruto
de convivência, de luta conjunta
e de resistência; a paixão é um delicioso
sentimento cego de êxtase
e tesão;

no amor as fêmeas
conquistam o homem com o coração,
na paixão conquistam com a boca,
com os peitos, com a xana

e com a incontrolável
e insaciável volúpia por paus e montes
que as façam enlouquecer naqueles
jardins ou cômodos escondidos
em que encontram seus
bastardos amantes;

o amor nunca é fatal
e vence à própria fatalidade, o desejo
morre após os disparos
dos inevitável gozos

que levam
a posteriores quedas, advindas de uma id
totalmente descontrolada e confundida
com, do amor, a espiritualidade!

OS VIRTUAIS



... isso é uma prisão,
certamente é uma vasta prisão
onde sempre há bajulações, brincadeiras
e visitas íntimas,

é como se saíssemos
de casa e fôssemos para outro lugar,
para outra cidade, para outros céus e mares
e para outros leitos,

é como se tivéssemos
duas vidas: uma real e um monte
de máscaras para atuação
virtual,

é como se esse retângulo
onde escrevemos poesias, elogios, versos
e pornografias fosse nosso espelho
às avessas,

é como que se
fosse possível, sem os problemas do dia a dia
com a pessoa cibernética do outro
lado

um mundo
de paz, de prazer e de coisas angelicais
sem nenhum efeito
colateral;

sim,
isso é como habitar o inferno,
pensando que somos seres angelicais
com nossos desejos e devaneios
sempre paradoxais!

HUMANUM EST


CINZAS DE UM JARDIM OUTONAL


ESCOLHAS


A QUE PONTO CHEGAMOS!


No instante derradeiro, antecipando a perpetude do vazio maldito, alucinações terminais ecoaram nas paredes frias e intransponíveis do labirinto indecifrado de meu ser, onde meu s segredos foram ocultos entre amores e desamores, e dores, e gritos de esperanças irrealizadas. Hoje só vejo sorrisos estáticos e pálidos trancados em molduras adormecidas e incapazes de algo qualquer que trespasse o meu frio olhar e meu surdo ouvido. não há mais constelações em meu pensamento como outrora tão fortemente brotadas de meus mundos, nem ventos que soprem de mim para aliviar ou aumentar anseios de náufragos. Natural imperfeição minha, sob a frágil custódia de arrotos de falsos deuses que criei, tornei-me um ofuscamento que apenas confunde visões alheias, e embriaga os paladares dos sôfregos em cantos de lendas irreais. Ah! Se pudessem perceber que, um pouco antes do amanhecer em luzes e holofotes, onde apresentam espetáculos travestidos entre sorrisos com branco-alvo da paz, e entre dissabores das feles dissipadas pelas entranhas omissas dos celebrantes, os sonhos meus já se haviam aquebrantados no imaginário da última grande noite, e toda a sobriedade e sombriedade minhas se haviam findas na madrugada fria e silenciosa, e todo alvorecer de todos os tempos se haviam ido de mim como se não houvessem amanhecido. Ah! Se pudessem perceber que em mim há colisões desordenadas e fatais, e que todas as fragrâncias das flores, e todas as imagens bem delineadas ou não, são-me condenadas no primeiro contato vulnerável a julgamentos impiedosos, e a açoitadas severas no descortinado de minha loucura trancafiada. Ah! Se pudessem sentir que estendo a noite como abrigo aos sem-rumos e lhes escondo os caminhos perdidos em becos sem saída de irrealidades, fugiriam abreviadamente aos encantos dos senhores de castelos outros, andantes, sob outras luzes e holofotes, onde haja alguma outra cruel verdade.



No instante derradeiro, antecipando a perpetude do vazio maldito, alucinações terminais ecoaram nas paredes frias e intransponíveis do labirinto indecifrado de meu ser, onde meu s segredos foram ocultos entre amores e desamores, e dores, e gritos de esperanças irrealizadas.

Hoje só vejo sorrisos estáticos e pálidos trancados em molduras adormecidas e incapazes de algo qualquer que trespasse o meu frio olhar e meu surdo ouvido. não há mais constelações em meu pensamento como outrora tão fortemente brotadas de meus mundos, nem ventos que soprem de mim para aliviar ou aumentar anseios de náufragos.

Natural imperfeição minha, sob a frágil custódia de arrotos de falsos deuses que criei, tornei-me um ofuscamento que apenas confunde visões alheias, e embriaga os paladares dos sôfregos em cantos de lendas irreais.

Ah! Se pudessem perceber que, um pouco antes do amanhecer em luzes e holofotes, onde apresentam espetáculos travestidos entre sorrisos com branco-alvo da paz, e entre dissabores das feles dissipadas pelas entranhas omissas dos celebrantes, os sonhos meus já se haviam aquebrantados no imaginário da última grande noite, e toda a sobriedade e sombriedade minhas se haviam findas na madrugada fria e silenciosa, e todo alvorecer de todos os tempos se haviam ido de mim como se não houvessem amanhecido.

Ah! Se pudessem perceber que em mim há colisões desordenadas e fatais, e que todas as fragrâncias das flores, e todas as imagens bem delineadas ou não, são-me condenadas no primeiro contato vulnerável a julgamentos impiedosos, e a açoitadas severas no descortinado de minha loucura trancafiada.


Ah! Se pudessem sentir que estendo a noite como abrigo aos sem-rumos e lhes escondo os caminhos perdidos em becos sem saída de irrealidades, fugiriam abreviadamente aos encantos dos senhores de castelos outros, andantes, sob outras luzes e holofotes, onde haja alguma outra cruel verdade.

terça-feira, 28 de novembro de 2017

ÀS VEZES



Olhamos para o céu sem luar, numa noite escura de todos os dias, e na sombrosidade nos alertamos às beladonas dos jardins proibidos, onde há entregas com palavras e sorrisos falseados em imagens esplêndidas e em desejos obscuros e insolentes à vaga chama da alma covarde, já Combalida e amargurada na morna brisa aparente que fulgura invisível.

Às vezes é preciso chorar a esperança de viver algum sentido qualquer, que se eterniza nos confortos oníricos e perfídicos a que nos permitimos, e ser avassaladoramente cão na peleja dos olhares que nos comem, e nos bebem maliciosamente, ofertando pseudogotas de consolo ao flagelo.

Às vezes é preciso ignorar o negro céu sem expressar o que corrói os corações, e permitir que se vejam tão somente um relvado berço das noites de solidão escondidas entre os abraços, e as juras, e as promessas trocadas insanamente pelos atores todos que vão se apagando abaixo do mesmo forro negro da fria noite.

Às vezes é preciso compor entre cheiros, cores e sons estranhos e desconhecidos, andar suavemente por pedregosos caminhos que há entre jardins de sóis, extasiando-se nas maiores chagas – perfumadas rosas com seus espinhos venenosos e com suas futilidades às avessas a nos invadir as entranhas inflamadas e apodrecidas.

Às vezes é preciso apenas nos deixar doer, incrédulos, esgotadamente cansados e sofridos, e, na mesma noite fria de todos os dias, em fúnebre silêncio, sem mais palavras ou sorrisos, atravessar praias desertas, com nossos obscenos vermes internos e com nossos corações vazios.

Às vezes, como as mariposas cegas que buscam desesperadamente a luz, numa entrega onde se esvaem suas vidas ansiadas em mortes incandescentes, é preciso que se permita ficar nu nas cenas vazias, onde festejam despojos forjados, com seus suspiros desconexos nos espaços ainda livres onde se assentam ilusões condenadas, deixando de si nada além de um quase invisível rastro de morte lenta e incompreendida.

E, então, omente esperar pelos demais carrascos bem travestidos em máscaras nobres,Que nos trazem à cena sonhos mortificados dos quais somos incapazes de fugir.

SUA MORTE MUDOU MUITA COISA


O NEGRO E INDECIFRÁVEL VÉU DA NOITE


CANSAÇOS


ACORDA-ME DESTE PESADELO


MAR QUE A TUDO AFOGA


AMOR SEM FRONTEIRA


O BRILHO DE TEU OLHAR


PORVIRES


ATUAÇÃO