segunda-feira, 27 de novembro de 2017

UMA FLOR NO DESERTO




Esse sentimento estranho que de mim se apossa, neste momento em que se encontra longe as montanhas, as planícies, os mares e os céus em que não lhe posso trocar olhares, cumplicidades, carinhos, afagos,e êxtases.

Esse sentimento que faz doer meu coração, invadindo meus pensamentos, fazendo-me sucumbir ao desejo incessante de poder com ela estar, num delírio de amor. E que, apesar de não estando (assim tão longínquos um do outro), sinto-me transcendentalmente sentir e estar, em plena comunhão mental.

Sempre
me falaram que anjos
são bons e possuem lindas
asas,

mas agora
descobri que os verdadeiros anjos
também são feitos
de carnes,

e de nós
se distinguem pela pureza
que carregam a um coração
sem correntezas, pecados e quedas
d´aguas.
Thor Menkent

Tanta estrelas a brilharem, tantas imagens a se plantarem, tantos desejos a se esparramare, tantas ofertas em dádivas iluminadas, mas a ela
(com seu perfume inebriante, seu olhar penetrante, seu toque suave com os sopros dos versos e seu desejo junto ao meu confinado em minha mente secreta, em fervor em prazer vibrante) é que deve pertencer meu último e maior amor.

É verdade, o cão latia constantemente, seus uivos ecoavam por todas as sombras e por todas as noites. Esse sentimento que me enfraquecia, que me torturava e que atormentava, trazia-me um engerelado inverno e deixava minha alma em ruínas, combalida com a incerteza de o porvir se concretizar com uma nova companhia pura.

Angústia. Solidão. Dor. Um deserto indecifrável onde viam um coração que não era bom. Ela viu o homem por detrás do niilismo e da proclamada atrofia que ele fazia das luzes.


Mas, no passar das horas, dos dias, dos anos, da espera por por uma visão que transcendesse e pudesser perceber o que eu sempre quis dizer aos anversos do que eu tanto disse e escrevi, surgiu uma flor que resistiu e que brotou no seco deserto, como uma forte e bela rosa do Éden!

Nenhum comentário:

Postar um comentário