quinta-feira, 30 de novembro de 2017

SALADAS



... todo dia como saladas,
seja no trabalho, no clube,
andando numa praça ou olhando
a luz nua,

eu como saladas
vendo os olhos, os cabelos,
os seios e a xana vestidas, as pernas
e imaginando as beldades
nuas,

eu como saladas
toda vez que tenho de ouvir
algum canário desafinado ou algum
discurso de anjo purista,

eu como saladas,
como se o mundo fosse um self-service,
e eu nele fosse tanto o freguês
como parte do cardápio,

do qual também
sou comido com palavras, poemas,
corpos, masturbações e tudo o mais
que nasça à imaginação de quem
se serve neste restaurante
chamado mundo!

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