quarta-feira, 27 de setembro de 2017

PRAZER!



… cá estou,
um moribundo desértico aos 47,
saindo de uma parcial vitória sobre
dois monstros terríveis, quais
o que levou Ana

e indo nesta madrugada
para mais uma cirurgia de cataratas,
que a vida, como eu sempre digo
não espera nem perdoa
nada,

razão pela
qual não posso me adelongar hoje,
embora quisesse muito o café em tua
nobre companhia

não propriamente
filosófico (como também. à tua vontade.
científico ou apenas colorido
ou extaticamente florido)

até porque devo confesssar
que minhas grandes paixões foram física teórica,
quântica e cosmologia

e que, para
melhor tentar entender as coisas,
comecei a ler panoramicamente as coisas
dos filósofos

para,
discordando um pouco de Heidegger,
com sus visão de que fomos
jogados no meio das
coisas,

eu pudesse
compreender um pouco que, na verdade,
fomos jogados não só no meio
de coisas,

como das
infinitas possiilidades que encerramos
com nosso abnõmalo surgimento

e com o caos
que sempre houve, há e sempre
haverá, embora nos seja imperceptível
às humanas senciências.

Assim,
busquei na filosofia,não a visão
ou o entendimento do ser, mas como, após
surgido, ele conseguiu criar
ou remodeler

a tudo,
criando um novo universe a seu modo
de ver, contido paradoxalmente em outros universos
possíveis.

E para isso,
introduzi no pensamento com Ana
as suposições do que seja abnomalia,
a grande barreira e o apagamento,

como o trio
que forma o todo (re)feito pelo sapiens
e o todo que ele não sabe, como
bem salientou Fernando
Pessoa ao dizer que

“a lua não se sabe lua,
nós é que a chamamos lua”
e, assim, estendo a subjetividade
desta frase,

uma vez que há
certos fenônenos que estão
além de nossa compreensão,  a todas
as demais coisas

pelo sapiens
(re)nomeadas, inclusive
a seu deus, criado para seu aprazer
e redenção,

e ao amor,
e ao desejo e à paixão que,
em se apresentando, eu não possa prometer
de não sentir por ti!

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