quarta-feira, 1 de abril de 2015

ATRAVÉS DA LAJE


... dei-te abraços,
beijos molhados , minhas carnes suadas,
minhas palavras mais
clareadas;

dei-te lições esfregadas,
minhas melhores e mais sublimes máscaras,
esperanças grávidas e meus sonhos
mais colorados;

esperando que,
se fosse de teu agrado, retribuísses-me
com tua alma iluminadamente
virginada:

quando, em um quente
dia de outono, ousei olhar pela fresta
de tua janela, vi algo que jogou
tudo por terra;

condenando-me
ao desterro das noites perdidas,
sem que me restasses
mais nada.

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