quarta-feira, 15 de abril de 2015

VIRGINDADE


... era minha primeira vez,
lembro-me:

entardecido,
já nos meados de meus
vinte e dois.

Acho que
foi a única vez que o sublime superou
o prazer dado por uma
boceta:

vibrei-me
com cada átomo (em cada abraço,
em cada beijo, em cada
pensamento)

amei
com cada  fragmento de muitos
mundos e de muitos
tempos

e, como se adivinhasse
que jamais me haveria novamente
algo tão puro, belo
e perfeito,

eternizei-nos
na indizível pureza daquele
momento.

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