Toalhas às mesas,
café, almoço, jantar, burundangas
todos os dias,
amores e fulgores às aos jardins,
aos sonhos e às camas que,
um dia, estarão vazios;
crianças que brincam,
que crescem,
que viram homens a pensarem
no que sempre dá
em nada,
mulheres – e homens também –
que se enfeitam diante dos espelhos
para depois o sacrilejarem,
como se ele fosse o culpado
pelas profundas falésias abertas no corpo
e pelo o correr inexorável
do tempo.
Em se falando dessa estranheza
inventada pelos homens – o tempo –,
o passado é fatalmente
morto,
o presente nunca é vivido
à plenitudes de nossos anseios, crenças
e esperanças;
e ambos estão condenados
em um porvir – o mais abstrato
de tudo que se possa –
inexoravelmente inexistente.
Voltando ao que chamam vida,
com sua rotinas que se nos passam
como se nem nos notássemos
a caminho do apagamento,
ela mais parece
uma causalidade a brincar conosco,
permitindo que tenhamos
poderes idílicos,
para nos tomar de volta
no engano da mais elevada e sublime
de nossas criações
Nenhum comentário:
Postar um comentário