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sábado, 4 de abril de 2015
VAZANDO
Escrevo
[e escrevo-me]
com ecos surdos
e angustiantes de fantasmas que me habitaram
o escuro útero e a densa mata
de outrora,
e com os iminentes gritos
de dor dos porvires que aguardam a chegada
das enfermadas ilusões e esperanças
urdidas nos agoras;
escrevo
[e escrevo-me]
assim à luz, à meia-luz
e às soturnas sombras, com as urgentes
e hirsutas miragens
da hora
[e com os enfartados silêncios
das sedes axiomáticas, das anorexias
utopistas e das bipolaridades
imperativistas],
entre mariposas,
tentilhões, marimbondos, escaravelhos
e demais imensidões
de monera.
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