Desde quando
se iniciaram a reinventar a Terra
como pseudocentro
universal,
desde quando
começaram a se eleger como
filhos de um pseudodeus
universal,
desde quando
passaram a pensar (e alguns a questionarem)
sobre a abissalidade de seus próprios
egos pseudouniversais;
o sapiens
– (embora, às vezes, mudem
um pouco a direção, sem contudo conseguirem
mudar a centralização –
só faz provar que
esta faustíssima e abnormal senciência,
em meio à universalidade
das coisas,
está totalmente
imanente e inalienavelmente aprisionada
à sua frágil e espúria visão
antropofágica.
Péricles Alves de Oliveira (Thor Menkent)
P.S. Antes que menestréis venham arrotar aqui, devo esclarecer que o termo “antropofágico” se refere (no caso) ao autocanibalismo, seja ele em reflexão sobre si ou em banquetes de infidas e esplêndidas imagens, espraiadas pelos demais semelhantes sapiens. Enfim, o homem é, em sua abnormidade, também própria grande barreira e contém o próprio, concomitante e inevitável apagamento: resta-lhe, pois, tão somente cessar, e passar sem que as coisas passem (pois já se lhe encontram inexistentes, apesar de sua senciente visão avesgalhada, a tentar emoldurá-las a seu modo).
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