quinta-feira, 26 de março de 2015

MONOTONIA



Ao acordar de manhã,
levantou-se e foi de pé a chão
até o banheiro,

com o rosto amassado,
um filha da puta de tesão urinário
e, à boca, um fedor tal
que o deixara
mudo:

de frente ao espelho,
parou e pensou:

“Puta que pariu!
Mais um dia a andar coma alma esticada,
por labirintos de quilha e estranhas
bordaduras,

em interstícios
de sonhos, pedras, detritos
e vazios!”

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