Ventos contrários
de todos os tempos e espaços, a carregarem
imagens, ilusões e insânias
suspensas ao ares;
ondas incertas
de todos os oceanos e mares, a sussurrarem
resplendorosos contos e estórias
naufragados em suas
águas;
imensidões sem pertença,
roubados e dadivados como se fossem vinho,
para que os pseudoamantes bebessem
em honras e glórias
perjuradas;
às superfícies,
em reflexos negados dos cachos negros
que nascem e se metastasiam
escondidos aos cernes,
até os cristais azuis
foram rendidos e usados como
armas às palavras voláteis, para que não
se desnudassem cruzamentos
e quedas passadas,
e até os pulsares
mais longínquos foram removidos
como farinha, sobre os mesmos
frios mármores
– como em receita
na vã e vil tentativa de se recuperarem
pseudoauréolas primordiais –
em que, um dia,
tudo estará irremediavelmente perdido,
por absoluta impossibilidade
de se reacenderem
faustas tremeluzências,
das dores e lágrimas às almas
derramadas.
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