terça-feira, 24 de outubro de 2017

EGO



Devido à pungente
força do ego,

a pior coisa que pode
nos acontecer,
quando estamos realmente
a amar alguém,

é o afloramento
dissimulado medo da perda,
simplesmente por, conscientemente ou não,
sabermos que não somos
o melhor.

E isso, quando acontece,
é como se vivêssemos inventar duelos
contra mitos, lendas
e deuses

– ou ainda pior:
como que se intentássemos, de forma cruel,
devido ao ciúme e à possessividade,
contra o próprio ser a quem
amamos –,

com nossas torrenciais
chuvas verbais
ou com nossos ominosos
olhares postos em suas lepras
abstratas;

só para tentarmos,
em vão, suprir nossas imanentes
fraquezas junto à pessoa
amada.

Nenhum comentário:

Postar um comentário