domingo, 29 de outubro de 2017

ASSIM SEJA, MESMO EM SILÊNCIO ETERNO EU CONSIGO, VIU?



... eu compreendo o humano,
demasiado humano,

e eu compreendo
que o demasiado humano,
se firmememente posto em escolhas,
é o que nos permite,

como única
possiblidade, sermos puos
e sublimes, mesmo sem físicos contatos,
amantes;

eu sei que nossa
maior abnormidade (termos nascidsapiens)
é paradoxalmente nossa maior
fraqueza e nossa única
força;

e eu sei que posso,
como fiz com Ana,mesmo após tanto
tempo de sua morte, pôr-te
num céu

de outras estações,
de outros tempos, mesmo longínquos,
com minha poesia mínima, que certamente
daqui a centenas de anos, alguém ainda
irá ler e, neles, ver um pouco

de tua beleza,
de minha fraqueza,
de minha paixão sem razão,

de minha loucura,
de meu amor nunca compartilhado,
mas sentido e do céu de que falas,
pois eu posso construí-lo

e deixa-lo
eternamente em versos tã humanizados,
tão cheio de angústias, de dor
e de amor,

que até
os anjos se emocionarão
e tristemente chorarão
ao lê-los!

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