sábado, 28 de outubro de 2017

CONFESSO: DESDE CEDO, SOU FRACO PERANTE TAL PODER!



Cedo, era bem cedo de um dia distante. Parti de Bom Despacho a uma cidade, chamada por meus pais de “Terra que prometia!”. Talves por ser cedo demais, já ao chegar, tive péssima impressão de tudo aquilo. Na verdade, senti-me pisando no inferno, mal saindo da idade templária.

O tempo foi passando e eu ali, naquele gabinete, trabalhando de mensageiro concursado e com esperanças ilusórias em minha mente de que futuramente me haveria futuro melhor naquela empresa cheia de anjos, beldades e menestréis de ternos engomados.

E eu fui muito útil: servi de comprar cigarros a acompanhar os senhores e as senhoras a seus carros levando suas bagagens.

Por isso eu sempre digo, a desgra e o inferno são aqui na terra, e para atingi-los não é preciso primeiramente cometer o pecado, porque o pecado te molda e te faz o que venhas a ser a sua sobra dele (pecado).


Coroa. Lineda. Gostosa. Casada. Bem casada suponho, pois vestia-se como rainha e tinha por marido um cabra afortunado.

E as coisas começaram com pedidos de compras de estranhos remédios, tipo anticoncepcionais, a preservativos, calcinhas, etc.

Calcinhas?

Ah sim, as calcinhas! Lindas. Delicadas. As melhores que eu achasse nas melhores lojas da grande cidade. Dinheiro não lhe era nenhum problema.

Porquê?

Por que ela pedia para eu comprar calcinhas? Uma mulher tão linda, tão bem situada socialmente, tão bem casada, tão rica, já mãe de duas filhas...

Bem, ainda aos quinze, fui mandando a uma agência bancária e, claro, que omito tantas coisas nesta pequena estória, como a vez em que ela me encurralou com mus 14 anos numa parede e alisou meus ombros, minhas costas e meus braços olhando-me firmemente nos olhos, com um sorriso tão lindo como encantado.

Chegando em tal agência, estava tudo combinado. Aos poucos fui sendo trabalhado. Uma outra linda mulher que mais parecia uma sensual feiticeira escarlate, esperava-me e não tinha nada a ver com o pacote que a senhora com quem eu trabalhava me pediu para entregar.

- Ouvi falar muito de você, é tão jovem, tão forte.

- Ah! Desculpa, não estou entendendo, não conheço quase ninguém nesta cidade.

O perfume, a beleza, a arte da sedução, parte do sutiã à mostra com o rego de entresseios à mostrs, a cantada para trepadas em troca de grana.

Sim, o inferno já é aqui e não se precisa pecados para visita-lo.

E talvez isso tudo explique minha tara por beldades de lingeri... Talvez..

Mas talvez isso o quê?

À proposta da linda mulher, minha decisão e meus feitos, com quinze anos, é um segredo que guardo bem trancado!

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