segunda-feira, 16 de julho de 2018

TARDE MONÓTONA

Cheguei a casa
aporrinhado naquela tarde,
empalideci de imediato seu sorriso,
fechando-lhe as portas
e as janelas;

dirigi-me a
meu pequeno quarto,
onde havia livros, um som, uma cama
e quase mais nada;

mas havia,
dentro dos livros, estórias de mundos,
e havia a música que se derramava
em tudo, sem ocupar
espaço;

e eu ali
tentando me salvar
de todas as coisas e de tudo
que semeavam fora os grandes
sapiens sencientes;

e o pior,
tentando me evitar
também o iminente naufrágio
de todas as coisas e de tudo
que se me confundia
dentro.

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