Penso que erraram os
grandes imperativistas, ao tratarem do “Ser” e das coisas onde
ele está inserido, isso se dá porque, em seus excelsos
discursos, preteriram a análise da abnormidade que surgiu em
misteriosa singularidade no Cosmo, e concentraram-se tão
somente em seus estudos sobre o “Ser”, e o que dele
emerge ou o que nele adentra; na verdade, tudo que há
concretamente passou a nos servir, abstratamente, de alguma
forma, compondo toda a cena ao modo único que as
percebemos com nossas egolatrias sencientes e
inalienáveis, assim, não mais há dissociabilidade entre abnormal e as
coisas em que ele está inserido, pois estas se condenam a
seus modos de ver e a seus poderes de
inaugurações cernientes; as raízes de nossas existências são
muito mais profundas, e delas é que surgem as árvores, –
avaliadas nas exaustivas reflexões daqueles que se propuseram a
este estudo –, com suas magníficas imagens postas num
grandioso e vil palco a que chamamos de vida. Bem sei que
podereis dizer que sou louco e que não me entendeis, e eu
compreendo isso por uma simples questão: de nossos galhos e
folhas a alcançaremos céus figurados, não podemos contemplar as
raízes acidentais, ou sequer supor um antes delas ou,
ainda, um depois da morte de nossos frondosos egos, a não ser
que também, de alguma forma, criemos algo para nos servir, como
os deuses dos paraísos idílicos onde nos imaginamos poder
morar algum dia, ou os demônios dos
infernos entenebrecidos onde nos podemos ser castigados por
pecados que não podem haver, exteriorizados, à grande e
indecifrável singularidade que nos gerou.
Eu poderia dizer que somos incautos, despercebidos ou descautelosos, diante uma visão mais honesta de nós mesmos; poderia dizer que samos, e que nos atemos, a um poder de escolha – que só existe em nossas folhas a bailarem em nossos ares inaugurados, – para tentar nos explicar posturas quaisquer, de acertos ou de erros, de ilustres enlevos ou de abissais quedas; poderia dizer que fomos, – e até creio nisso, discordando tão somente da forma como ocorreu, do modo como nos ligamos a elas, e das consequências de tal singularidade ocorrida – , jogados num mundo de coisas, preterindo a visão do apagamento violado, que um dia voltará a haver independente das abstrações neandertais; poderia continuar mostrando, exaustivamente, como tentamos nos livrar, individualmente, do que chamamos de mal”, sobretudo quando usamos o verbum volat, com o qual egozijamos com nossos “eus” nossos enredos, sonhos, idolatrias, glorificações, entre uma infinidade de inaugurações que vivemos a nos fabricar de modo singelo, enquanto defecamos todo tipo de misérias verborrágicas e de ações mortais, – que também nos pertencem–, a nossos dissidentes irmãos de abnormidade; mas estou cansado e com vontade de me desterrar definitivamente, – como se me fosse possível, – ao deserto silente.
Por isso, vou dizer apenas o que penso que somos: tão somente células de uma mesma singularidade, estranha e indecifrável por natureza de condenação nos limites da infinda barreira dentro da qual não mais podemos ver concretudes do apagamento de antes de nossos adventos. sem que inauguremos abstrações a nossos modos de ver e de perceber; e é disso que tenho dito sem que podeis entendeis.

Nenhum comentário:
Postar um comentário