sexta-feira, 24 de novembro de 2017

CHUVAS



Já tive amigos,
ominosos marimbondos com aparências
de inocentes pardais
a se balouçarem

nos fios
da vil existência tentando erigir montes
sobre vazios;

já estive em jardins
onde costuma haver fulgas flores,
de acetinadas pétalas e cândidas
palavras,

que se balouçavam
ao vento, com venenosos espinhos
sob suas alvas folhas,

o que não mais há
porque promovi seus enterros
nas solidão angustiante
de meu desterro;

mas,
do que quero
falar neste momento, não é de amigos
nem de flores;
​​​​​​​
é que,
às vezes, quero gritar,
e tenho medo de alagar o deserto
com minhas chuvas
e cinzas!

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