quarta-feira, 24 de maio de 2017

INCONSCIENTEMENTE



Há uns dias,
sonhei algo que me fez
refletir

– como se fosse
isso alguma
novidade –

na singular
e absurda condição
neandertal.

Via imagens confusas
e misturadas
em preto e branco
e a cores:

aos chãos,
animais e coisas
coabitavam-se, alheios
aos supremo poder
da criação;

enquanto, aos céus,
após (re) constituírem,
com suas abnormais
senciências,

todo ordem
– ou desordem –
entre o caos e as possibilidades
cosmológicas,

anjos sapiens
regozijavam repetidas
orações verbais
e faziam extáticos
amores carnais.

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