Quão tardio
e avassalador
chegou-me
o amor
– em sublimes
sonhos
e torrenciais
chuvas –,
que me desavim
de mim;
e já nem sei
dizer
se mais me estou
a voar
em nuvens
ou a me fenecer
em branco
inverno;
e já nem sei
o que nos seja
mais:
as palavras
que virás me
dizer
ou as que
eu nunca disse
a ti.
Estão-me ajuntando
tantos destroços
aos sonhos,
que, logo,
minhas asas irão
se quebrar;
e, mesmo
quando me penso
um pouso para
descansar,
sinto-te o pálido
fulgor
dos sonhos em outros
cantos,
e o indescritível
fedor
dos gozos em outros
encantos.
Como isso
não bastasse,
ainda tenho de me dar
com o pior:
quando pouso
é que tenho de enfrentar
as severas sanções
de meus fiéis reflexos
ao espelho.
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