terça-feira, 30 de maio de 2017

SUSSURROS


... quando
te foste, sequer ouvi
teu último suspiro,

sequer
contemplei teu último
olhar à lua,

sequer
li teu último
poema esquecido na gaveta
dos fundos,

sequer
pude te prestar uma última
homenagem sepulcral
e nua,

sequer
tive tempo para construir,
para abrigo, um novo
muro de nuvens;

padecendo-me
também, mesmo vivo, neste
mundo imundo!

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