Não há nenhum problema com os desejos sapiens que se nos surgem a todo momento – tão normais, tão frequentes, tão extáticos –; e não poderia ser de outra forma, posto que advêm da animalesca e natural condição nossa – mesmo que inconscientemente – de se fabricar a perpetuação da espécie.
O problema é com a mente a inventar princípios não seguidos, a estipular regras violadas e a se desvairar, em avessos, em silente cerne.
O problema é quando a obstinada razão provoca mortandades de corpos, de almas e de puerícias – sob chuvas, fomes e guerras –, enquanto, nas próprias casas, embalam os seus entes amados
com cândidos enredos e verbos.
o problema, em suma, é quando as egocêntricas abnormidades são liberadas às elucubrações e às condenações dos demais semelhantes, enquanto se absolvem, a si mesmos, escondida e silentemente, dos supostos crimes e pecados.
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