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segunda-feira, 27 de março de 2017
DESERTO 47 – XXIV
Não tenho nortes
nem responsabilidades
___ com o verbo,
por isso, deslizo-o
em superfícies sem atritos,
à revelia da brisa mansa
ou da tempestade
___ incontinente.
Escrevo
assim, o que não se pode
___ esperar de mim:
concebo
um perdão e acendo
___ uma fogueira,
ressoo
uma verdade e dou uma
___ rasteira,
oferto
um sonho e planto
___ um pesadelo.
Escrevo assim,
muitas vezes – ou quase sempre –,
ao espelho do que digo ser,
e ao reflexo do que digo
___ não ser;
mas, estranhamente,
sinto que todas as vezes que escrevo,
___ e que me escrevo,
sou, sobretudo,
um pouco das mentiras
___ ou das verdades,
e dos sonhos
ou das insânias também de vós
___ que me ledes.
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