domingo, 26 de março de 2017

DESERTO 47 – XVIII



À noite,
aprisionados
às paredes esquálidas
dos prédios,

dormem, com sonhos
cor de ocre,
os pássaros sapiens

– alguns até conseguem resistir
ao céu entenegrecido,
com suas estrelas
inalcançáveis,

como que
se quisessem manter,
com elas,
o sopro vão de suas
faustas criações –;

ao amanhecer,
retiram os óculos
escuros
para pavimentarem,

– com seus olhos
cornos,
com suas verborragias
ruminadas,
com suas vesanias
incontidas
e com suas escolhas
incautas –

caminhos de liberdades,
de quedas.

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