Mais uma chuva,
mais uma mordida no câncer vivo
desta enferma paixão
à nuvem,
onde nos dizemos
amar em sonhos e esperanças vazias,
enquanto nos quedamos epilepticamente
em insânias sem cura;
mais uma vez, sozinho,
elevo o verso ao meio da madrugada
para falar do verme e da flor
mutuamente feridos,
que se habituaram
a viver neste paradoxal ciclo
– bruto e imundo –, onde se proliferam
harmonias lumes e caos sem nexos
quase todos os dias.
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