segunda-feira, 10 de julho de 2017

QUE POETA É ESTE? IX



... eu, um cão niilista,
tenho

(e acho que
todos também têm ou deveriam
ter)

céus
onde voo, mares onde navego,
folhas onde escorro livremente meus
versos;

eu, cão niilista,
já tive dois grandes amores à distância,
sendo que um deles me marcou
a alma;

eu, cão niilista,
digo que fui chamado para deixarmos
tudo e irmos juntos habitar
uma vila perto de uma
praia,

assim podem
ter uma ideia de como isso me assombra,
sobretudo agora que ficou tarde
demais;

eu, cão niilista,
bato punhetas imaginando beldades
e escrevo poemas de amor para flores
de todas as cores.

Mas ouvi bem,
eu neguei com tristeza o convite
de Ana,

porque eu
sei que tanto o sonho, como o amor,
como o desejo, como a fantasia, como
a poesia podem vir forte
à nossa mente,

como sei
também que a verdadeira luta
e a verdadeira honra está no fronte
o chão.

E é nele
que amo à minha família,
a meus filhos, por quem neguei o convite
de Ana

e por quem,
preciso fosse, eu realmente seria capaz
de dar a minha própria
vida!

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