segunda-feira, 31 de julho de 2017

FILÓSOFO TALVEZ, COMO DIZES; MAS TU ÉS, NO MÍNIMO, INCAUTO!



... em tempos estranhos,
escuros e mortos como esses,

perguntou-me
um filósofo pagão, talvez porque
eu seja um niilista arraigado
e pesado:

“Por que
você não acredita em Deus,
Thor Menkent?”

Eu olhei aquilo,
aquele ser barbudo do tipo
reflexivo

e, antes de responder,
por um segundo pensei: “Ah é,
ele também é humano de beira de erro,
e lança seus erros como
acertos”;

e, então,
eu lhe disse” “Meu caro filósofo,
ser reflexivo, mas onde foi  que tu tiraste
ou o que leste para me perguntares algo a partir
de tua convicção de que não creia
em Deus?

E tu achas mesmo
que esta vida-prisão tão dura,
difícil e cheia de dores nos foi dada
à toa, com seus temperos
de dor, de prantos
e de choros?

Ou tu achas
que o ocaso simplesmente pode
ter feito isso assim de modo tão vasto,
senciente e sofrido,

apenas para que,
de um ponto abnômalo, pudesse-se
recriar, racionalizar ou imaginar
algo que somente seja
às nossas retinas?

Meu caro filósofo
reflexivo, como podes fazer uma pergunta
dessas, inferindo que eu não creia
em Deus

se, para mim,
é exatamente porque estamos num mundo
cheio de dores, de destroços,
de desgraças,

como as fomes,
as doenças, as separações, as guerras,
os estupros e todo tipo de aberrações
humanizadas

e de coisas
somente por nós adulteradas
que Deus, para mim, não apenas existe,
mas é uma indispensável
necessidade,

para que
eu não me tombe de uma vez
neste mundo que parece tão vasto,
mas que é cheio de vazios
e de nadas!

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