domingo, 2 de julho de 2017

ONDE ESTIVERES!



Ouve-me
a cacofonia da alma
na cinzenta manhã
da vida.

Sente
como se me enraizou
a sincera inocência
perdida.

Descortina,
Sob os desatinos e os devaneios
a áspera essência
escondida.

Lumia,
Sob a bruma,
a tênue luz
suicida.

Decifra,
Sob a pluma,
os ermos da ave
ferida.

Desvenda-me
por completo o verso da carne
e o mistério do espírito.

E compreende,
enfim, por que me visto
arlequim,

e não
te posso mais ofertar,
em teu cândido sonho, um falso
querubim.

Mas, mesmo
assim, não me negues o cálido
abraço,

que
a silente dor,
a essa guardo só
pra mim.

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