domingo, 2 de julho de 2017

CHUVAS



Chove 
silentemente no acidental do ser
enquanto multidões de vultos celebram madrigais
por veredas puídas a pulsos e impulsos
 
insones.

Se lhes olho 
e aceno, verbalizo o vento
e perscruto-lhes o cerne em reflexos de dor.
Se lhes passo às margens dos veios 
vívidos,

alucino caos 
em ausências do conforto similar.
Pois, nos ares dos incautos, onde brilham seivas de palavras,
sou também poeta, amante e fausto em atuações 
náufragas por cerniência de não poder 
ser além de apocrifias, nem que 
adormecesse mil relentos 
desterrados.

E, como os demais 
vultos despercebidos de suas vagas nuas,
assim também, de meu tumulto angustioso, semeio-me
entre jardins cromados de sonhos inexeqüíveis
e pedreiras espargidas de quedas 
inevitáveis.

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