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terça-feira, 4 de julho de 2017
À MERCÊ DE TEU VENTO!
Ventou diferente
na planície onde te puseste
a sonhar.
Sob um sol de sílabas
incautas, ergui, de verso em verso,
um reluzente castelo de barro e junco
para abrigar teu olhar, perdido
no oposto do
mar.
Alagado em meus
veios, adoeci minha razão,
ornei-me de seda e âmbar para engravidar
teus sonhos e te roubar o
coração.
Sem adiar
o fulgor do momento,
movi a inércia de teus gestos
com minha argúcia,
desnudei-te
do vestido gris
com a calidez de minhas
mãos,
contornei-te
as sinuosidades do corpo
com a seiva de minha
boca
e desbravei-te
a foz dádiva
com o êxtase de minha rígida
haste.
Após o gozo
de sílabas e de carnes,
quando mais me sentia seguro,
adentrei-te os segredos do labirinto
e contemplei-te o excelso
da alma.
Foi neste momento,
então, que compreendi:
Na confluência de nossos
líquidos, no amálgama de nossos lumes,
e na impossibilidade de nossos
sonhos
– por acorrentamentos
entre as coisas do mundo –
havia perdido
minhas asas no enlace eterno
de nossas almas!
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