... um novo
pássaro canta belo e insistente
no jardim de minha casa,
e eu não ouço;
uma nova flor
quer nascer esplêndida
e não vejo seu níveo
broto;
um anjo
soluça chorando e não vejo mais
que que as falsas luzes
de seus mosaicos
pintados;
o que vejo
são pedras, pedras
e mais pedras em forma
de voo,
a promoverem
ilusões, fantasias, tropeços, quedas
e catástrofes iguai
às minhas:
e o que sinto
é que a noite chega, e não haverá
novo amanhecer,
sequer
para algum pássaro, alguma flor,
algum anjo ou até alguma
pedra
pousar
no moribundo morto algum olhar
que diferencie suas angústias
e suas fraturas
de alguma coisa
que nele tenha tido alguma
sublime iluminura.
Nenhum comentário:
Postar um comentário