Não quero mais
o disfarçado caminho das sombras
nem o grito mouco da angústia
e da dor:
à hora certa,
caso não haja evolução ao sonho nuvem,
por não mais aguentar o peso da palavra e do punhal,
congelar-me-ei os sentidos neste vicioso
e inflamado ciclo,
e irei para o sul,
para o norte ou para qualquer lugar
entre chãos comuns e sonhos
brancos;
e me fincarei como
árvore seca ou estátua solitária,
mesmo que me venham pássaros perdidos
a quererem pousar-me na
palavra congelada,
no coração parado e na alma
cansada.

Nenhum comentário:
Postar um comentário