Meio prostrado
pelo cansaço dos voos e das jornadas,
um anjo voava todo delicado
sobre meu escorregadio
telhado.
Por um momento,
pensou resistir, mas acabou por ter
de lhe fazer um pouso
forçado.
E foi exatamente aí
que a sublime, cândida e bela flor do altíssimo,
já lânguida de sono, adormeceu,
sonhando-me molhada.
Quem diria, quem diria
que seria exatamente um anjo imaculado,
dentro de meus medos, angústias
e fraquezas, aprisionado,
que, ao se descançar da luz,
me faria florescer, em silencioso hino ao deserto,
alguma esperança iluminada.
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