segunda-feira, 3 de julho de 2017

À JANELA



Vou à janela
que dá às vertigens vãs
e vis do mundo

e, quando
te percebo, já estou extenuado
de voar e de me cair
naufragado;

adentro
às secas margens de meus versos
sinuosos, entristecidos
e desertificados

e, quando
te percebo, tu ainda estás ali
a me amares, de modo
incondicionado;

por um momento
menos perdido, amparo-me
em teus braços
cansados,

a casa vazia
então se torna inundada,
e imagino o que será de mim,
quando não mais estiveres
do meu lado.

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