segunda-feira, 6 de agosto de 2018

A SILENTE TESTEMUNHA

Dois desiluditos
bebem até a rapa das garrafas
que viram sob
a lua;

dois amantes
se fundem, de fodem e se juram
eternidades sob  a lua;

marido e esposa,
cada um em seu canto, esfolam-se
com escondidamente com algum pardal
ou com alguma siririca
sob a lua:

a lua dos poetas,
a lua dos loucos,
a lua dos amantes,

a lua dos pecadores,
a lua dos pescadores de ilusões
inúteis.

Eu também,
em minhas solitárias noites,
contemplo a lua, que gentilmente
também se acasala e ama

meus nus vazios!

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