segunda-feira, 21 de agosto de 2017

SER OU NÃO SER HUMANO



Embora não pareça,
o ser humano tenta se simplificar demais
da singularidade máxima
de que surgiu,

e isso se deve,
muito provavelmente,
às inseguranças que temos diante
da imensidade de tal poder

___ incomensurável,
___incontrolável
___ e avassalador.

Ora, pois,
qual a necessidade ou relevância
de nossos ideais, de nossos anseios, de nossos sonhos
e de nossas esperanças,

de nossos desejos,
de nossas concupiscências, de nossas quedas
e de nossos perdimentos,

de nossas virtudes ideais,
de nossos pecados inevitáveis,
e até de nossos deuses,
enfim;


se basta aceitarmo-nos
em nossos espúrios existencialismos,
sem nos atermos tanto a outras explicações
ou crenças quaisquer

– filosóficas, religiosas
ou científicas: todas simplificacionistas
a nos servirem de algum
modo –

que nada mudam da inexorável
e fecunda casualidade cosmológica
que nos gerou?

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