Meu caro, Fernando Pessoa,
quando se acende, em singularidade,
o abnormal farol,
começam
a se formar imagens irradiadas
de nossos centros
numes.
Nos limites infindos
e faustos da luz que de nós/
emana,
a nada podemos
ver senão por cegueira de nossas sencientes
razões ou emoções.
Neste contexto,
nossas são todas as possibilidades
concretas ou abstratas e também todas as impossibilidades
e ilusões conjecturadas de nossas gêneses
apócrifas.
Por isso,
meu caro Fernando Pessoa,
que bem antes já te sabias, em dor,
onde agora estás
– e nem isso,
nem nada mais te podes saber,
do apagamento –
vou beber-lhe
um pouco em minha insânia
e reinaugurar tua bela
miragem:
afinal,
que é o mundo,
senão uma breve ilusão vista
e sentida
– a cada minuto
violado com inaugurações e incomensuráveis
reinauguraçõesientre as demais
coisas –
sob a anômala
luz de nossos egos fluorecentes?
violado com inaugurações e incomensuráveis
reinauguraçõesientre as demais
coisas –
sob a anômala
luz de nossos egos fluorecentes?
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