quarta-feira, 30 de agosto de 2017

CONFESSO ASSASSINO



Fertilizo
sublimes flores
ao jardim primaveril
e as mato depois,


esperanço
andorinhas d’asas rufladas
e as mato depois,

enlaço-me
com aranhas d’suaves venenos
e as mato depois,

às santas
e aos arcanjos d’reluzentes auras
finjo dar razão, mas também
os mato depois;

e quanto ao que dizem
de minha assassina condição,
não me importo, que habito-me no desterro
de minha inocência,

longiquamente
perdida na tenra
infância.

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