sábado, 19 de agosto de 2017

UM DIA DEPOIS DE O AMANHÃ



Sol, vento e chuva. Às vees tudo junto no mesmo instante, tocavam e faziam se lhes transfigurar os dois amantes.

Da mistura escabrosa, as consequentes sombras eram certas, e de tal modo que nem com o amor dos amores, o mais sublimes dos sentimentos os pudesse salvar do naufrágio.


Hoje, em meio aos destroços, aos restos e aos vazios que ficaram, depois de não mais suportar o peso demasiado e de ter retornado ao inaugural nada, seu fantasma observa minha última derrocada.

Transformei-me em algo louco, desconexo, ininteligível e insentimentalizado, de onde estou ainda a olhar seu túmulo; e de onde ela a tudo assiste enquanto o mundo, já ao fim do tumuldo, executa-me.

E a única coisa que me resta é exatamente o que me parece inexoravelmente impossível: um dia, ao também me passar eu, termos um novo encontro como dois celestiais, sem a miserável humanidade que a ambos, destruiu-nos!

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