domingo, 20 de agosto de 2017

DIFERENTES COMO ÁGUA E VINHO



Tens fé
e insistes em saber
como não vejo
a teu deus;

és feliz
à superfície das coisas
e queres que eu te ensine
sobre o cego olhar
dos homens;

falas sobre
beleza, amor e paz
como se fosses uma incauta
e esvoaçante passarinha
perdida,

e queres
que eu lhe creia somente
as alvas floridas, como se não tivesses
– também – espessas brumas
escondidas.

Se me pus nu
ao caminho, não me interessa
mais como me vestem com suas
conjecturas e inferências,

se me pus nu
ao caminho não me interessa
mais se me acham bom, ruim, anjo,
ilustre ou cachorro sem
vergonha;

se me pus nu
ao caminho foi para me despir
de como a sociedade, e as beldades,
e os doutores dela se apresentam
com suas máscaras;

se estou nu
não é para ser escravo de visualizações,
de pretenções, de suposições
ou de imagens,

é para
conquistar, a meu bem ou a meu mal,
a completa liberdade!

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