Escondi,
aos idos da infância perdida,
numa caixa enterrada entre as flores
e as frutíferas do quintal
de minha casa,
um sonho
que realmente pensei
ser inquebrável.
Após ser atingido
por cantos e encantos de sereias
e por fortes tempestades
de areia
– e o tempo me corroendo
com falésias cheias –,
fui desenterrar o valioso
tesouro:
ao abrir, dentro havia
fiapos estraçalhados o que restou
do sonho – que hão conto,
pois é segredo –,
ao fundo,
aos lados e encavalados
haviam enormes vermes,
todos obesos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário