quarta-feira, 20 de dezembro de 2017

EU SABIA E EU O DISSE!



Ó libertária das sombras,
ó florista do meu averno,
ó sinfonista das cordas do Universo,

eu sabia
e eu o disse a ti
que, de tudo que havia de mais
amorfo em tudo que há
e sempre houvera,
era o ser,

eu sabia
e eu disse a ti
que, em algum momento,
eu teria de passar mais alguns dias
ou algum tempo ao árido
deserto

a fim de aguentar
um pouco mais só, antes que tudo
se acabe, em silentes angústias
e lágrimas,

o pouco
que me resta desse salgado reflexo
dos céus escuros e dos duros
chãos meus!

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