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terça-feira, 26 de dezembro de 2017
O PÁSSARO EM MIM
Quando Ana
calou meu canto e fez
dormir o pássaro que havia
em mim,
pensei
que já era, que jamais sairia
de meu deserto e que jamais venceria
minha angústia, minha dor
e minha solidão,
e que meu silêncio
seria, ao longe, ouvido somente
por meus tristes versos,
até que ela surgiu,
assim, com seu feitiço poóetico,
com seus sonhos inventados, com um canto
e com um encanto diferenciados,
acordando-me,
uma vez mais, de minha própria
morte de mim!
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