a pureza dos pincéis e a beleza
das poesias;
porque perdemos
a canção inédita e a liberdade
à ponta da corrente
fria;
porque perdemos
a capacidade de nos acordarmos
(um ao outro) todos
os dias;
porque perdemos
a translucidação das sombras,
ao amarmos e ao chorarmos por vaga-lumes
e mariposas cegados por luzes
de lamparinas;
porque perdemos
a capacidade de nos salvarmos (um ao outro)
de nossas nobres e dissimuladas
elegias;
porque perdemos
(entre outras ilusões igualmente
insanas, etéreas
e vadias)
o voo raro,
o sonho órfão e o eterno momento,
enquanto nos sentávamos e nos masturbávamos
escondidos, em ilustres
e fedidas coxias.
Péricles Alves de Oliveira (Thor Menkent)
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