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sexta-feira, 23 de janeiro de 2015
MAR DE AREIAS
Um dia serás
cingido, ó grande Mar,
com o escarro de meus laivos
líquidos póstumos,
quando não
houver mais hóspedes náufragos
às minhas planícies, nem pássaros feridos
a habitarem minhas matas
sombrias.
Ao chegar desse tempo
– de passagem ao frio apagamento –
haverei de deixar tudo, ó Mar dos mitos,
das lendas e das amorosas
contendas,
para ver em tua impetuosa
imensidade, os destroços dos corpos,
corações e almas, que lhe
foram naufragados.
Péricles Alves de Oliveira (Thor Menkent)
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