quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

TARDE BRANCA


Sentada
à antessala da próxima ilusão,
aguarda a chamada do
pássaro azul.

Diferentemente
das outras vezes, em que sempre
fora tão confiante em suas conquistas,
tremula pensando:

“Tenho décadas 
de experiência, estórias empilhadas
à memória e uma coleção quase incomensurável 
de ilusões e de amores já vividos
nesta vida, logo, devo
ter sucesso!”

Ao sair, estava estampado
em sua face o grande fracasso de não
mais conseguir tocar ali
a mesma nota;

certamente,
houvera se esquecido de ler o cartaz,
que havia sido pregado 
à nova entrada:

“Sem perjuras vãs,
ilusões frívolas, insanidades incontidas
e pedras (às costas)
escondidas!”


Péricles Alves de Oliveira (Thor Menkent)

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