Reposas-te-me
as causas, as consequências e os cansaços,
cuidar-te-ei os sonos atravessados
e renovar-te-ei os sonhos
ressecados.
Soprar-te-ei a face pálida,
para apagar-te as falésias abertas
pelo tempo e pelas marés
da mesma praia deserta
em que te naufragaste
com tuas escolhas, em pulsos e impulsos
nela ricocheteados.
Relaxa, zelar-te-ei o sono
e o sonho com lúgubres versos,
que a vida sem poesia é uma miséria,
que a alma sem poesia se fende
e se degreda:
por isso,
entrega-te a mim e adormece,
que transvarsar-te-ei desse séquito crepúsculo
em renovada vida e poesia.
Péricles Alves de Oliveira (Thor Menkent)
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