Um menino sonha
puerilmente e vive a dizer que, quando crescer,
vai ser um jogador
de futebol;
uma mulher sonha
acordada e vive a dizer que, um dia, ainda
quer conhecer o grande e eterno
amor de sua vida;
um poeta sonha,
na ponta da esferográfica, coisas
parecidas;
anjos não sonham,
festejam em delírios suas alvíssimas limpidezes,
seguros de não correrem
riscos
[de se perderem
por entre os descaminhos
do mundo];
algum demônio indefeso
tenta fugir de seu tênebro reflexo, abrigando-se
às próprias sombras dolorosamente
inalienáveis:
tudo e todos,
de alguma forma, sonham ou se mexem
(a seus aprazeres ou a seus alívios) pelos caminhos
e descaminhos desta
vida,
em meio
a atuações esplendidamente bem executadas,
a concupiscências febrilmente
ejaculadas
e a conspirações
(por todo lado) escondida e covardemente,
maquinadas.
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