sexta-feira, 12 de janeiro de 2018

ENQUANTO NÃO CESSA O CANTO

... sim, aos amplos
adornos e às cruciantes dores desse estranho
e alucinado amor

– com seus desejos aflorados,
com suas esperanças engravidadas,
e com seus sonhos incautos –,

sempre resistindo
aos fortes ventos, às incontinentes chuvas
e às falesiadas erosões ao precário
caminho,

sempre tentando
alterar as vertigens de nossos desvarios
evitar a queda de nossos
voos;

até que (com a morte)
nos reine apenas a verdadeira paz do silêncio
e as insubstantivas, impronominais
e sublimes possibilidades
do apagamento.

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