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... então,
já que sou chamado
um franco-atirador ateu e idiota,
devo dizer o que me poderia
supor ser deus,
para que, assim,
não digam que sou ateu
– podem continuar me chamando idiota –
e seja justa a troca de verbos
e de pedras:
nada mais que outra
incomensurável, abnormal e indecifrável
casualidade surgida nas infinitas
possibilidades
– muito mais vasta
que a nossa, haja visto que nos contém
com nossas sencientes
retinas cegas –,
não obstante,
inexoravelmente condenada a não poder ser
contemplada ou sentida
por nós,
sem que seja espuriamente
adulterada.
Péricles Alves de Oliveira (Thor Menkent)
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